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Jack Dorsey e Martin Sorrell se reencontram na dmexco

Os líderes do Twitter e Grupo WPP discutiram o futuro de suas operações no ecossistema digital atual


13 de setembro de 2017 - 10h40

Ano passado, Martin Sorrell, CEO do grupo WPP, entrevistou Jack Dorsey, Fundador e CEO do Twitter, aqui no DMEXCO, só que Dorsey não pôde vir a Colônia ao vivo porque, Sorrell insistiu em afirmar, ele estaria naquele preciso momento em avançadas negociações para vender o Twitter. E que por essa razão teria ficado no Vale.

Dorsey negou essa hipótese veementemente, embora tenha admitido que naquele momento estava de fato conversando com um interessado no Twitter e que negou a oferta. Mas que não foi por isso que não veio. Nunca saberemos. O fato é que desta vez Dorsey esteve aqui e, como sempre, fugiu de forma elegante e inteligente, mas fugiu, das perguntas agudas e por vezes incômodas de Sorrell.

O CEO do WPP começou cutucando, ao lembrar que a outra companhia em que Dorsey é sócio, o Square (plataforma fintech para empréstimos e meios de pagamento), uma empresa com poucos anos de vida, tem hoje um valor de mercado praticamente equivalente ao do Twitter (Twitter vale 14,5 bilhões e Square perto de 11 bilhões de dólares). Para Sorrell isso pode obviamente significar que Square cresceu muito rapidamente em valor, mas que certamente Twitter estacionou e, para ele, o mercado avalia que Twitter não atingiu aquilo que se esperava dele.

Jack Dorsey e Martin Sorrell. Foto: Reprodução

Dorsey obviamente não concordou com a segunda parte do raciocínio de Sorrell, afirmando que não são os números que importam agora, mas a força da marca e sua capacidade crescente de gerar engajamento e de ser o lugar para onde as pessoas de todo o mundo vão quando se trata de encontrar pessoas e conteúdos que lhes interessam. E trocar impressões sobre isso.

Sorrell não deu muita atenção à resposta e voltou a cutucar, afirmando que seu grupo (WPP) vai crescer muito os investimentos em Google e Facebook este ano, mas vai manter o investimento de 300 milhões de dólares que fez ano passado no Twitter. Fez um adendo comentando que os clientes do seu grupo gostariam muito que houvesse uma terceira força que pudesse dividir melhor o bolo de investimentos, já que aqueles dois maiores players detêm juntos cerca de 75% das verbas globais em digital. E que o Twitter poderia ser essa força, mas que, enfim, não parece não estar mostrando na realidade esse potencial.

Dorsey repetiu a resposta anterior, basicamente, e admitiu que a companhia está com seu foco principal, neste momento, no âmbito comercial, encontrando e construindo novas e mais amigáveis formas de encantar sua audiência com novos formatos de publicidade – isso indo, então, ao encontro da expectativa dos anunciantes e suas agências.

À pergunta se o Twitter é uma empresa de tecnologia ou de mídia, neste último caso responsável pelos conteúdos que trafegam pela plataforma, Dorsey foi rápido: isso não importa. Afirmou que Twitter tem suas políticas de melhores práticas e que não tolerará conteúdos abusivos.

Dorsey fez questão de afirmar que vai continuar investindo grandes acordos de cooperação de conteúdo como vem fazendo, mas que conteúdo não será nunca o coração de sua operação, que continuará focado em engajamento de audiências através de grupos de interesse comum.

Finalmente, à provocação de que Trump, por seu uso voraz do Twitter, teria sido indiretamente responsável pelo crescimento de dois bilhões de dólares no valor da companhia, Dorsey, blasé, respondeu: “duvido… gostaria muito de ver a planilha em que esse cálculo foi feito”.

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